11 julho 2019

MULHERES ENCONTRAM NO ESPORTE FORÇA PARA ENFRENTAR E SUPERAR A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

 MULHERES ENCONTRAM NO ESPORTE FORÇA PARA ENFRENTAR E SUPERAR A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


Simone Gomes e Giselli Souza, embaixadoras da 3ª Edição da Corrida Movimento Pela Mulher, que acontece em 25 de agosto, em São Paulo, contam como o esporte foi importante para ajudar a romper o ciclo da violência

O início do romance é quase sempre igual para as vítimas de violência doméstica. O homem mostra-se gentil, atencioso, zeloso com sua mulher, fazendo com que ela acredite que ele a cuida de maneira muito especial. Aos poucos, no entanto, essas atitudes ganham ares de castração e proibição. "Para que usar esse batom vermelho? Isso é coisa de mulher que precisa arrumar namorado - e você já tem a mim!"; "Aquela sua amiga ri muito alto, quer chamar atenção. Não acho legal você andar com ela." Tudo dito geralmente em tom protetor.

A auxiliar de enfermagem, doula e consultora de amamentação Simone Gomes, de 31 anos, sabe bem o que é isso. "No começo, meu ex-marido se mostrou uma pessoa especial, me tratava como uma princesa, parecia só pensar no meu bem-estar. Mas assim que engravidei, fez com que eu parasse de trabalhar, passou a controlar todos os meus passos e me afastou até da minha família", conta. Junto com o "isolamento do mundo", vieram as agressões psicológicas e físicas. Depois de quase cinco anos e dois filhos, sofrendo calada, no final de 2015 Simone pediu a separação. No entanto, em março de 2016, já morando em casas diferentes, ele a procurou e a agrediu de novo. Machucada e muito triste, ela buscou ajuda e foi em frente com a denúncia de violência doméstica. A corrida havia entrado em sua vida um pouco antes, quando uma amiga a presenteou com uma inscrição. "Começar a correr me trouxe de volta a autoestima, o empoderamento, minha identidade, pois até então eu tinha medo de sair, não conseguia tomar decisões. Tenho certeza que a força para dar um basta na situação veio da sensação que o esporte trazia. Correndo me sentia forte, destemida. Com isso segurei a barra quando foi preciso." Hoje, Simone coleciona medalhas e troféus das corridas das quais participa.

Já a jornalista Giselli Souza, 39 anos, vivenciou a violência doméstica na infância, assistindo às brigas dos pais. "Não à toa me tornei uma adolescente rebelde. Sempre estudei em excelentes colégios e por muito tempo me dediquei ao esporte como forma de extravasar tudo o que assistia em casa. Sei que muitos filhos de pessoas que sofreram com a violência doméstica não repetem esses comportamentos na vida adulta. Porém, há pessoas que simplesmente desconhecem relacionamentos que fogem a esse padrão. E eu me incluo neste grupo. Graças a anos de terapia e à minha retomada ao esporte, há 13 anos, venho mudando o meu jeito de ser e me relacionar com o mundo. Hoje tenho me permitido vivenciar relacionamentos mais saudáveis e próximos daquilo que sempre quis: uma família unida pelo amor e pelo respeito. O esporte me empodera diariamente e me faz não só buscar a minha melhor versão, como também perdoar os erros dos meus pais e ainda enxergar a diva que existe em mim, capaz de reconstruir uma família com alicerces positivos", conta Giselli, que é fundadora do Divas que Correm, o maior clube de corrida feminino do Brasil


Empoderamento, igualdade e justiça
Corrida Movimento Pela Mulher é um evento para mulheres e homens, com o objetivo de incentivar a prática esportiva e conscientizar a sociedade e o poder público sobre o grave problema social que é a violência contra a mulher.

A promotora de justiça Gabriela Manssur – idealizadora da corrida e um dos mais importantes nomes no combate à violência contra a mulher – sempre acreditou na força do esporte para transformar o mundo. "Por que não trazer o empoderamento por meio do esporte para o maior número possível de mulheres? Incentivá-las a praticar atividades físicas e adotar um estilo saudável contribui muito para a prevenção e erradicação da violência. Elas adquirem saúde, força, autoestima, respeito ao próprio corpo e amor à vida", diz a promotora maratonista, que também compartilha seu trabalho e motiva as mulheres pela plataforma Justiça de Saia (www.justicadesaia.com.br) e Instagram @justicadesaia.

"É muito mais que uma corrida, é um instrumento para provocar a união, expor a força das mulheres e, claro, trazer à tona a capacidade que o esporte tem como instrumento de empoderamento. O esporte tem o poder de blindar e transformar a mulher, garantindo-lhe autoestima, autoconfiança, motivação, socialização, propósito, dedicação, saúde e felicidade", completa Fabíola Sucasas, titular da promotoria de justiça de enfrentamento da violência doméstica e assessora do Procurador Geral de Justiça no Núcleo de Inclusão Social – Direitos Humanos do Centro de Apoio Cível e de Tutela Coletiva do Ministério Público de São Paulo, também corredora e embaixadora da prova.

3ª Edição da Corrida Movimento Pela Mulher, realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social (INDES) e organizada pela Life Marketing Esportivo, acontece em 25 de agosto, na região do Parque Ibirapuera. As inscrições podem ser feitas pelo site: https://www.ticketagora.com.br/e/MOVIMENTO+PELA+MULHER-7852

Pensado para envolver todas as pessoas, independente de gênero, idade, aptidão e nível esportivo, o evento traz as modalidades corrida (nas distâncias de 5K e 10K) e caminhada (5K). Parte da renda gerada será investida em organizações sociais que defendem e trabalham em prol dos direitos das mulheres e que são parceiras da Corrida Movimento pela Mulher, como Instituto Maria da Penha, Projeto Vida Corrida, Geledés (Instituto da Mulher Negra), União das Mulheres e Plano de Menina.
EMBAIXADORAS
3ª edição da Corrida Movimento pela Mulher conta um time de embaixadoras para reforçar a mensagem que "lugar de mulher é onde ela quiser". São elas:

Gabriela Manssur: idealizadora do projeto Movimento Pela Mulher, promotora de justiça que atua no combate à violência contra a mulher. No Instagram @justicadesaia

Debs Aquino: positive coach, palestrante, pratictioner PNL, maratonista apaixonada. No Instagram @debsaquino

Giselli Souza: jornalista, fundadora do Divas que Correm, maior clube de corrida feminina do Brasil, maratonista e triatleta. No Instagram @divasquecorremoficial

Neide Santos: idealizadora e fundadora do projeto Vida Corrida. Aos 14 anos já tinha certeza de que o esporte mudaria sua vida. No Instagram @projetovidacorrida

Simone Gomes: doula e consultora em amamentação, mãe de dois meninos, rompeu o ciclo da violência doméstica, começou a correr e se redescobriu.

Yara Achôa: jornalista com passagens pelas principais publicações impressas e online do país, começou a correr aos 40 anos e o esporte mudou sua vida. No Instagram @yaraachoa

Fabiola Sucasas: mãe de três filhos, corredora, promotora de justiça que atua no enfrentamento da violência doméstica. No Instagram @fsucasas.

Nas duas edições anteriores, a corrida somou cerca de 5.000 participantes. Em 2019, a expectativa é reunir 3.500 atletas, com a qualidade máxima do evento, que tem execução da Life Marketing Esportivo. 

SERVIÇO
3ª CORRIDA MOVIMENTO PELA MULHER
Data: 25/8/2019
Local: região do Parque Ibirapuera, São Paulo
Largada: 7 da manhã
Modalidades: individual corrida (5K ou 10K) e caminhada (5K)
Valor: R$ 85 (primeiro lote); R$ 95 (segundo lote)

Patrocínio title: SESI-SP
Patrocínio: Magazine Luiza
Apoio: Escritório Mattos Filho
Idealização: Gabriela Manssur
RealizaçãoInstituto de Desenvolvimento Econômico e Social (INDES)
Organização: Life Marketing Esportivo
Assessoria de imprensa: Yara Achôa

No Instagram @justicadesaia
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